segunda-feira, agosto 2

CLÁUDIA REGO ABANDONA O HÓQUEI!

Um dos maiores símbolos de sempre do hóquei feminino, ex capitã da selecção de Portugal e capitã da Fundação Nortecoope, varias vezes melhor marcadora dos nacionais femininos, vice campeã mundial de selecções, vice campeã europeia, vencedora de uma taça da Europa de sub 18, vencedora de uma taça da Europa de clubes, vice campeã europeia de clubes, campeã nacional e da taça de Portugal varias vezes, vencedora de varias supertaças, 2 vezes nomeada pela fpp atleta do ano, 2 vezes nomeada e candidata a melhor atleta do ano na gala anual da confederação e instituto do desporto português, um palmarés riquíssimo, fruto de uma dedicação extrema á modalidade, deixa este ano a modalidade, a Cláudia Rego foi e é incontornável no hóquei em patins.
Rafael Oliveira ex Seleccionador Nacional Feminino, deixa a seguir umas palavras muito sentidas a Cláudia Rego:
O HÓQUEI EM PATINS ESTÁ MAIS POBRE
Quando digo isto, tenho a verdadeira noção do que estou a dizer, pois ao longo da minha vida desportiva, profissional e pessoal, conheci muita gente, aqui, ali e até do outro lado do Mundo, com muitos aprendi, com muitos vivi acontecimentos que nunca esquecerei, nem sempre pela positiva, mas faço concerteza um balanço muito favorável às coisas boas que foram bem mais do que as más, de todas essas pessoas e de todos esses acontecimentos, sobressai alguém que me marcou profundamente, alguém perfeitamente digno de todo o meu respeito e do respeito de todos nós, alguém que dedicou a maioria dos seus anos de vida ao hóquei como quem trata de uma causa, e como em todas as causas existe um símbolo, não tenho dúvidas em dizer que a modalidade perdeu um dos seus maiores símbolos vivos, um símbolo que significava a dedicação, o sacrifício, a abnegação, o sofrimento, o entusiasmo, a paixão, a alegria, a tranquilidade, a sobriedade, a lealdade, o respeito, orgulho, a amizade, o companheirismo e a liderança que fizeram dela uma capitã exemplar, uma jogadora que queria chegar sempre mais longe, de uma sagacidade que fizeram dela, uma das maiores atletas de sempre do hóquei em patins nacional e internacional, em particular do hóquei feminino, o desporto feminino e o desporto em geral vai sentir saudades de uma atleta deste calibre.Tive a honra de ser seu treinador, enquanto seleccionador nacional de femininos, por isso testemunhei como só alguns privilegiado(a)s, a grandiosidade da Cláudia Rego, enquanto mulher, pessoa, desportista e atleta, vivemos em conjunto tristezas e alegrias que ficarão sempre nas nossas memórias, acreditámos sempre que era possível e muito só o foi por causa dessa capacidade contagiante de acreditar, tão típica deste símbolo do hóquei em patins , não só do feminino, mas do hóquei em patins.Estou a escrever isto, sem ter ainda falado com a Cláudia, fui possivelmente das primeiras pessoas a conhecer a sua decisão e por isso também me sinto lisonjeado, significa muito para um treinador e para um amigo, ser digno dessa atenção, conhecendo a Cláudia, não fiquei de todo surpreendido com a sua decisão, mas foi e é muito triste pensar no quanto perde a modalidade e o hóquei feminino em particular, a realidade é que é difícil aceitar tal prejuízo, de tal maneira que nem fui capaz de falar pessoalmente com ela, o tamanho da emoção iria impossibilitar espaço para esta minha pequena homenagem, que quero que seja só o início de qualquer coisa que é necessário, fundamental e devido, não vou deixar esquecer este símbolo, como foram esquecidas e ou ignorados outros e outras, por isso Cláudia, antes de nos encontrarmos, por aí num pavilhão qualquer, OBRIGADO CAPITÃ, OBRIGADO MINHA AMIGA.
Assina: Rafael Oliveira
foto: jornal Record

2 comentários:

Anónimo disse...

Assim se vê o carácter deste homem, que é cá dos nossos, andamos par qui a inventar com treinadores estrangeiros, tragam mas é o rafa. Bela homenagem amigo Rafael, são treinadores como tu que o nosso hóquei precisa.

Anónimo disse...

Este comentario só aparece para que as pessoas não se esquecam, para ver se calha algum clube, porque pelos vistos não há, por isso é bom falar dos outros, para não ser esquecido.