Fonte: O Jogo
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sábado, dezembro 27
PAULO ALVES VIROU GESTOR
Paulo Alves saiu de cena. Deixou um rasto de jogos memoráveis e títulos inesquecíveis que celebrou no Sporting, no FC Porto, no Barcelos, na Selecção Nacional e por onde foi espalhando a sua fúria de "enfant terrible".Quase a entrar na casa dos 40, o hoquista tomou uma decisão que exige coragem, porque coloca um ponto final numa carreira com mais de duas décadas, com reflexos no espírito atormentado pelos incontroláveis ataques de saudades.Talvez por isso os colegas da mesma geração - Vitor Fortunato, Tó Neves, Pedro Alves, Paulo Almeida ou Guilherme Silva - ainda adiem o dia do adeus. Mas, no caso de Paulo Alves, a curiosidade por uma nova tarefa, a de desempenhar o papel de gestor numa empresa de materiais de construção, aliada à crise que obriga os clubes a propor reduções salariais aos seus jogadores, anteciparam a despedida. Fechado num escritório, entregue de corpo e alma à sua recente faceta empresarial, o hoquista acabou por sentir falta dos rinques. Podia desligar o computador ao fim do dia e regressar a casa, para o conforto do sofá e para as brincadeiras com os filhos pequenos - Francisco, de quatro anos, e Mercedes, de oito -, em que também participa a velhinha cadela collie de 14 anos, mas, na Boavista, bem perto de casa o histórico Infante Sagres é agora passagem obrigatória "para aliviar o stress". Como quem vai ao ginásio, Paulo Alves equipa-se, calça os patins e mata o bichinho."Teve mesmo de ser. Não tenho saudades de jogar, mas estava a sentir muita falta dos treinos", explicou. Entretanto, o clube já o tentou a jogar na II Divisão. Paulo Alves cedeu, mas sem antes sublinhar: "Só vou fazer alguns jogos e só em casa. Não vou fazer viagens". Finalmente, chegou o direito a férias, aos fins-de-semana na casa de Caminha e às aventuras de BTT nos trilhos da Serra d'Arga.
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